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terça-feira, 29 de março de 2011

Técnicos de Radiologia em Medicina Forense Atitude Psicologica

Técnicos de Radiologia em Medicina Forense Atitude Psicologica


Estudos efectuados pretenderam explorar as relações entre a realização de exames tanatológicos pelos Técnicos de Radiologia e a maior probabilidade de ocorrência de Stresse /Burnout  e outras reacções emocionais adversas, como a presença de sintomatologia depressiva e ansiosa, absentismo, consumo de substâncias e automedicação. Comparando com outros profissionais de saúde.

Observações ocasionais permitiram concluir que os exames tanatológicos colocam aos Técnicos de Radiologia problemas de ajustamento emocional relacionados com a sua impreparação psicológica face à manipulação de cadáveres humanos.Desta forma indutoras de ansiedade e stresse

Levantam-se alguns problemas nos serviços quando é solicitada a presença dum Técnico ao serviço de Tanatologia
(morgue).





Emoções como o nojo, a cólera, a surpresa e a angústia estão muitas vezes presentes.
Associadas a estas práticas. outras emoções como o medo, a repulsa estão igualmente presentes




Receio de ser surpreendido
por um cadáver de alguém
conhecido ou familiar


O  mais repugnante para estes profissionais é a solicitação
 para estudo do cadáver após exumação, mesmo com a
colaboração do Técnico de Tanatologia é difícil o
manuseamento do cadáver


As observações ocasionais sugerem a existência de sentimentos de
mal estar e frustração na realização deste tipo de exames,
acusando ansiedade, stresse, frustração, cansaço, desmotivação
e exaustão emocional o que poderá provocar insensibilidade
como atitude de defesa emocional, eclosão de comportamentos
de risco como consumo de substâncias e automedicação e ainda
 absentismo ocasional ou prolongado





Cada Técnico desenvolve as suas estratégias de coping:

                                           
      Evitamento alegando tarefas urgentes


      Necessidades fisiológicas inadiáveis

                                 

      Recorrer a técnicas de relaxamento antes dos exames
      Uso de ansioliticos ou calmantes
      utilização exagerada de aventais e luvas
      Recusa do toque no cadáver
      postura de frieza
      Entre outras……..



EMOÇÃO


As emoções são extremamente importantes numa perspectiva biológica, psicológica e social (Vaz Serra, 2002).
 A emoção é um impulso neural que move um organismo para a acção e diferencia-se do sentimento por ser um estado psico-fisiológico.
A emoção depende da percepção que o sujeito tem de uma dada situação, é um estado temporário, marcado por modificações fisiológicas.

BURNOUT
De acordo com Vaz Serra (1999) qualquer sujeito em qualquer profissão pode sentir stresse, enquanto que o burnout só é experimentado por pessoas com carreiras profissionais em que o envolvimento pessoal, a inovação de ideias e todo o seu investimento na progressão têm índices elevados de motivação e que posteriormente se sentem frustrados, quando não são atingidos os seus objectivos e obtido o devido reconhecimento.
Maslach et  al (2000) defendem que o burnout é uma resposta à exposição prolongada a stressores emocionais e interpessoais crónicos existentes em contexto de trabalho e se expressa através de consequências que podem ser avaliadas em três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e baixos níveis de realização profissional

ANSIEDADE
A ansiedade pode ser definida como um sentimento persuasivo e desagradável de tensão, ameaça, apreensão ou desastre iminente.
Ansiedade Estado-Traço de Spielberg (1963),
Defende dois tipos de eminentes no individúo ansiedade Estado, ou seja o que sente no momento, a outra avalia a ansiedade Traço que define o que sente geralmente
Enquanto o medo é uma resposta emocional a um perigo real e actual, a ansiedade é, muitas vezes, uma resposta a uma ameaça desconhecida e indefinida, que pode ter origem em conflitos internos, sentimentos de insegurança, ou impulsos sentidos como proibidos (Rachman, 2004).

STRESSE
Vaz Serra (2002) afirma que nas situações de stresse as emoções têm um papel muito significativo, indicam como o ser humano avalia os acontecimentos, ajudando a compreender o comportamento subsequente que vai emitir. 
Uma dada emoção predispõe a pessoa a pensar e a agir de determinada maneira, o que facilita o processo de lidar com a situação com que se confronta
      Factor 1 – Perfeccionismo e intolerância à frustração
      Factor 2 – Inibição e dependência funcional
      Factor 3 – Carência de apoio social
      Factor 4 – Condições de vida adversa
      Factor 5 – Dramatização da existência
      Factor 6 – Subjugação
      Factor 7 – Deprivação de afecto e rejeição
Transpondo esta abordagem para os exames tanatalógicos o stresse que podem causar ao técnico de radiologia que os realiza está dependente dum conjunto de varáveis pessoais, como a sua sensibilidade pessoal em relação ao contacto com cadáveres, as competências prévias adquiridas (formação e treino), a frequência com que se confronta com esse tipo de exames, as estratégias de coping que adopta (evitamento, enfrentamento, ou descarga emocional) e da presença ou ausência de amortecedores (estilos de vida saudáveis, redes sociais de suporte funcionais, etc,).

As emoções são extremamente importantes numa perspectiva biológica, psicológica e social (Vaz Serra, 2002).
 A emoção é um impulso neural que move um organismo para a acção e diferencia-se do sentimento por ser um estado psico-fisiológico.
A emoção depende da percepção que o sujeito tem de uma dada

situação, é um estado temporário, marcado por modificações

fisiológicas

Radiologia (Tanatológica) Forense

Radiologia (Tanatológica) Forense na Antropologia e Arqueologia
A Radiologia desempenha um papel de grande importância, contribui para a
 identificação das características esqueléticas do indivíduo,  identificação do próprio individuo
(comparação com exames antigos e utilizando técnicas de sobreposição) podendo, igualmente,
assistir na identificação da causa de morte.

AP do tórax com cartilagens costais masculina (esquerda) e feminina (direita).

         
                              Sobreposição da radiografia post-mortem da clavícula (preto)
                             com radiografia ante-mortem (transparente), indicando sobreposição


Encontradas ossadas, a primeira questão é saber se são humanos ou animais,
esses casos a radiologia esclarece  rapidamente as dúvidas.
É importante também esclarecer se são arqueológicos (com mais de 70 anos),
nesses casos o achado não tem interesse forense



segunda-feira, 28 de março de 2011

Exames do foro Genético

Radiologia Tanatológica na Genética

PROTOCOLO PARA ELABORAÇÃO DE ESQUELETO DE FETOS



     

MATERIAL
Batas                                                                         
Luvas
Adesivo
Espátulas
Resguardos em plástico branco
Celulose
Desinfectante
Chassis  ou IP’s18x24;24x30,  35x43, (conforme o tamanho ou idade do feto)

PREPARAÇÃO DA MESA RADIOLÓGICA
-Colocam-se sobre a mesa dois resguardos em plástico (branco), que
 servirão de protecção para o chassis, que se colocará entre aqueles e o feto.
Sobre a mesa, dispõe-se todo o material necessário ao manuseamento do feto,
(espátulas, celulose, adesivo
 -O Técnico está equipado com bata e luvas.

PESSOAL  NECESSÁRIO PARA A REALIZAÇÃO DO EXAME:
-2 Técnicos
-1 Auxiliar de Acção - Médica

EXECUÇÃO DO EXAME RADIOLÓGICO
          Após colocação do chassis, sob o resguardo de plástico, que será de dimensões 18x24, 24x30, 30x40, 35x43, consoante o tamanho do feto, executam-se 3 posições:- frente, perfil direito, perfil esquerdo.
Frente- AP
Feto em decúbito dorsal, mas bem direito, com membros superiores em supinação, extensão e falanges distendidas. Membros inferiores em extensão e pés em rotação externa.
Um rolo de celulose é colocado entre as comissuras labiais de forma a manter a boca aberta, com a finalidade de visualização das primeiras vértebras cervicais


Perfis
Feto em decúbito lateral direito ou esquerdo.
O membro superior mais afastado do chassis coloca-se sobre o abdómen em extensão
e pronação; o mais próximo em extensão e supinação.
O membro inferior mais próximo do chassis em posição de perfil, o mais afastado em flexão
de forma a colocar o pé na posição A. P (de frente).
Todo este procedimento, será feito com a ajuda de espátulas, adesivos e celulose

. CONDIÇÕES TÉCNICAS:
As estruturas a radiografar são bastante finas e por conseguinte, utiliza-se o mínimo de condições técnicas (40KW, a 3 a 4 mA/S).
Após a realização do exame prepara-se o feto, para regressar ao serviço de origem, e procede-se à desinfecção da sala, tendo em atenção o retirar cuidadoso de todo o material utilizado, para sacos especiais (brancos por serem resíduos contaminados).
Seguidamente, pela Auxiliar de Acção Médica com produto adequado, faz-se uma limpeza à mesa, ampola e todos os locais que possivelmente poderão ter sido infectados no decorrer do exame.
CRITÉRIOS DE BOA  REALIZAÇÃO:
Visualizar todo o esqueleto, desde as extremidades (mãos e pés) até ao crânio, o qual poderá ser efectuado à parte, se necessário. Também de grande importância é uma boa observação dos ossos longos, para posterior medição.
Estes exames são solicitados pelo Serviço de Genética, o qual incide o seu estudo na investigação científica.


 
VARIANTES:
Critérios de boa realização:
Visualização dos ossos dos pés para posterior medição em posição postero-anterio
Caso o feto seja de idade já avançada, far-se-à em separado o crânio de frente (A.P)   e Perfis.
Far-se-à também os pés em separado (frente e perfis) membros superiores e inferiores,
coluna de perfil esqº e dtº 










sábado, 26 de março de 2011

      PRÁTICA TÉCNICA E ATITUDE PSICOLOGICA DO TÉCNICO DE RADIOLOGIA
      FACE AOS EXAMES TANATOLÓGICOS E FORENSES



Resenha Histórica

DEFINIR  A  MORTE

Barros-Oliveira (1998) afirma que:
                “…em busca de compreensão para a morte geraram-se mitos e religiões, doutrinas filosóficas, abordagens científicas, obras de arte e de literatura, cuja finalidade parece ser a de atenuar o medo do desconhecido perante o qual a morte nos coloca”.
Ariés (1988,2000) afirma que:
      “Ao transferir a morte para o hospital, esta deixa de pertencer ao moribundo, ou à sua família e começa, ao invés de tudo o que se passou anteriormente, a ser um momento regulado e organizado por uma burocracia cuja intenção é a de que a morte perturbe o menos possível a sociedade em geral. A sociedade protege-se assim das tragédias quotidianas da morte a fim de poder prosseguir as suas tarefas sem emoção nem obstáculos.”
O silêncio tornou-se a atitude mais comum no confronto com a morte.
  A morte foi reduzida a um momento de passagem biológica, desprovida de significado, que não despedaça nem perturba os que ouvem dela falar e que não provoca angústia nos sobreviventes.
“A morte ainda constitui um acontecimento pavoroso, muitas vezes tido como universal. É considerada um tabu, causador de medo, pânico e recusa. A morte, a além de deixar uma grande angústia, coloca para ao homem a questão da finitude.”.
Há fortes indícios de que os profissionais de saúde (médicos, técnicos e enfermeiros) encaram a morte de outros e a sua própria com mais sentimentos negativos, ainda que de forma não consciente, podendo este medo ser um dos motivadores da sua escolha profissional (Botega, 2002).
Estes e outros profissionais de saúde enfrentam constantemente, no seu dia-a-dia laboral, situações limites, direccionando os seus esforços para a preservação da vida, pelo que a aceitação da morte do doente não faz parte do plano do exercício profissional.
Esta dificuldade para lidar com a morte torna-se ainda mais acentuada quando implica o manuseamento do cadáver.
Segundo Sudnow (1967/69) existe um estigma que recai sobre os indivíduos que se relacionam profissionalmente com cadáveres e sobre os que investigam a temática da morte, que são denominados como masoquistas e mórbidos.
Estas observações evidenciam a associação da morte às ideias de depressão, sofrimento, perversão e como esta temática deve ser mantida a uma distância da vida saudável.
Poderá ser este estigma, um dos factores de distanciamento desta valência profissional tanto nas Escolas que formam os profissionais de saúde como nas Instituições Hospitalares?

Há duas décadas atrás existia a convicção generalizada, que não era permitido por lei efectuar exames imagiológico a cadáveres nos serviços de radiologia dos hospitais.
Quando solicitado, a negação era a primeira reacção.    
                    
Com a evolução da investigação médica na genética e na
medicina forense aumenta as solicitações a este tipo de exames.
Obriga a procura de normas e legislação do exercício profissional.
Depara-se com uma realidade totalmente diferente, pois consta do exercício profissional do Técnico de Radiologia
Por razões desconhecidas esta valência torna-se tabu nas Escolas Superiores das Tecnologias da Saúde.
Não é dado a conhecer aos alunos que este tipo de exames é tão lícito como qualquer outro exame radiológico.


Este tipo de actividade  consiste na pesquisa:

Realização de exames no quadro da medicina forense, pesquisa de projecteis nos  cadáveres, identificação de cadáveres através de material de osteossíntese,traumatismos relacionados com a morte, avaliação, monitorização de  doenças sistémicas e malformações esqueléticas na investigação
pós-mortem, em nados-mortos.

                                                                                 
                     

Projecteis nos cadáveres
                                 
                                                                      

                        
               Identificaçãode cadáveres pela  existência de  material deosteossintes






Pesquisa de traumatismos relacionados com a morte
                                 











                                  

Avaliação e monitorização de doenças sistémicas e                    
malformações esqueléticas na investigação de nados-mortos


EE
          










                    E ainda na Antropologia e Arqueologia
                               

                                     






                                           Prática Radiológica

                                                                 


Contexto
Países Desenvolvidos  Serviços de Radiologia nos Necrotérios 
                                                             Radiologia convencional 
                                                             T.C.
                                                             R. M.  (raros)  



 Portugal  Serviços de Radiologia nos  Inst. de Medicina Legal (Lisb., Coimb)
                     Hospitais c/ Ser. de Tanatologia e Maternidade                              
                                              Radiologia Convencional

    
Meios complementares de diagnóstico que podem ser solicitados numa autopsia

Exames toxicológicos (alcoolemia, drogas de abuso, medicamentos,      insecticidas,monoxido de carbono, drogas minerais, etc...


-    Exame histológico
-    Exame bioquímico (humor vítreo)
-    Exame bacteriológico (sangue, urina, LCR, outro)
-    Exame virulógico
-    DNA
-    Pesquisa de esperma (cavidade oral, vaginal, anal, outra)
-    Pesquisa de diatomáceas (algas crisófitas)
-    Pesquisa de resíduos de disparo de arma de fogo
-    Exame de projécteis
-    Exame de armas e ou instrumentos
-    Exame de peças de vestuário
-    Estudos metabólicos (morte súbita infantil)
      Raios X

Sempre que seja solicitada autópsia médico-legal
 toda a informação clínica (incluindo resultados de
exames complementares - RX, TAC, RM)

tem que acompanhar o cadáver
  Autopsia Criminal               Radiologia  (Tanatológica) Forense
                                             -Confirmação da identidade
                                                                -Identificaçãode trauma no esqueleto
                                                                                   - Determinação da causa de morte
                                                                                                 -Localização de corpos estranhos
                                                                                                                                                                   Violência Fisica
      MEDICINA FORENSE
              Multidisciplinar
      Antropologia e  Arqueologia
      Tanatologia  e Genética
      Psicologia (violência psicologica)
      Criminologia


A importância dos aspectos radiográficos nas perícias de identificação humana é de inquestionável valor jurídico no estabelecimento da identidade humana.
Num estudo efectuado no Brasil, foram avaliadas 10 perícias de identificação humana em que foram apresentadas radiografias ante-mortem para confronto com o crânio, objecto de exame.
 A metodologia empregada baseou-se na análise comparativa entre as radiografias ante-mortem (fornecidas pelos familiares) e pós-mortem (realizadas no IML) procurando  correspondência de particularidades anatómicas, necessárias na identificação.
Em todas as perícias obtiveram resultados positivos na identificação, devido a evidenciação das particularidades anatómicas observadas na comparação das radiografias ante e pós-mortem.
A presença de particularidades anatómicas constitui, com freqüência, elementos de individualização, sendo que nesses casos foi o factor preponderante para o estabelecimento da identidade dos suspeitos.
Concluiram que: radiografias (intra e extra bucal), quando apresentadas em uma perícia de identificação constituem precioso material de confronto pericial, sendo considerado a documentação de eleição nos exames odonto-legais de identificação humana, devido à riqueza de detalhes anatómicos individuais.

Se o protocolo exigir, o corpo será radiografado ainda dentro do invólucro (saco)


                     
Relatório e fotos da autópsia de um correio de cocaína que morreu 
                                 
                                                             Radiografia do abdómen em decúbito


   Posicionamento                                                          Posicionamento
   Politraumatizado                      De Cadáver                    

Ligeira alteração dos parâmetros técnicos em relação aos exames
ante-mortem, dependendo do estado de decomposição do cadáver
Em todos os exames imagiológicos



Nas radiografias de face ou perfil                            
pode ser necessário colocar apoios
radiotransparentes por debaixo ou                        
na lateral do cadáver para se
observarem as estruturas na totalidade

                            









Ferimento auto-infligido
de caçadeira na cabeça




                                                             Bala descoberta em corpo
                                                                  carbonizado     (seta).
                                                                                


Ferimento de caçadeira no tórax.
Radiografia de face AP do tórax, o raio central com angulação de 10 a 15º caudais para a imagem se aproximar mais da face PA do tórax, que constitui a maior parte das radiografias ante-mortem
                                                           
                                




autópsia virtual
Uma nova técnica de diagnostico por imagens de tomografia computadorizada, desenvolvida por cientistas norte-americanos, permitirá em breve a realização de autópsias sem uso de bisturis, incisões ou sangue.

"A tomografia computadorizada é um instrumento
 sensível capaz de identificar feridas e traços de traumas
feitos por objectos não pontiagudos", até chegar à causa da morte
A vantagem no uso da autópsia não invasiva é que,
em casos de mortes suspeitas, evita-se causar danos a eventuais
provas que possam vir a ser decisivas para as investigações